20.12.04

A feira do Livro de Ribeirão

junho de 2004
Aqui na minha cidade tem uma graaaaaaande feira do livro, bem legal. Não consegui ir em nenhum autógrafo, nem show, nem lançamento de nada. Só passei por ela. Comprei livrinhos infantis na promoção, um de artes e me arrependi amargamente de não ter arrebatado "o grande livro dos biscoitos e bolachas" por déizão. A feira seria perfeita se não tivesse crianças e também vendesse cds... brincadeirinha! Eu só pensava isso, quando era quase esmagado por cardumes de pexinhos nemo nadando em direção contrária à minha, ávidos por livrinhos. Agora, que poderia ter tido uma banquinha de cds, isso lá poderia! Tudo bem, tudo bem, é uma feira do livro, mas hoje em dia as fronteiras entre as várias mídias estão tão movediças, tudo é tão interdisciplinar, tão holístico, que era só ter inventado uma boa explicação que colava! Só uma banquinha da biscoito fino e outra da trama resolvia meu problema, quer dizer, meu vício. Foi um barato passear por lá. Além dos cardumes de crianças, tinha também o dos manos-hip-hop, todos de gorro de lã em pleno sol, batendo palmas pras mina bonitinha que passavam por eles. E o cardume das professoras com uma cara de esgotadas-só-tô-aqui-porque-a-prefeitura-mandou-e-fazia-tempo-que-eu-não-andava-tanto-assim? Tinha também as mais novinhas que, em pleno alpinismo pedagocional, escrafunchavam as bancas atrás da última leitura de Vygostsky e do Wallon e também daquele neuro-pêda português que agora está na moda, como ele chama mesmo? Damásio? E os pais enlouquecidos atrás de qualquer coisa do Içami Tiba, para ler e ver se conseguem dizer: "olha filhinho, câmera fotográfica digital de 3.2 megapixels só quando você fizer 3 aninhos, tá?". Não é triste que o cara venda feito água-mineral-em-praia-do-nordeste-no-carnaval só para dizer que tem uma hora que temos que falar não? Já vou avisar, se me pegarem lendo um livro dele vou dizer que foi ele que quis me conhecer, quiá, quiá, quiá! Faltou os doces portugueses que tinha na feira do ano passado. Alguém aí já comeu um que se chama tocha? trata-se de uma cambada de fios de ovos glaçados e moldados na forma de uma pamonha que fez lipo na parte de cima. É de fazer o homem (e a mulher) gemer sem sentir dor! Coisa fina, mas não teve esse ano. Gostei também do vendedor do estande da Siciliano, ele se chamava Thiago SARAIVA, quiá, quiá, quiá!!!!

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