20.12.04

Momento cartão de crédito

(julho de 2004)
Outro dia estava no computador, de manhã, quando veio o nico, um dos tri, me falar alguma coisa que não me lembro mais. O que eu achei bonitofoi a entonação que ele usou, a melodia como ele falou uma expressão que eu, sinceramente, esqueci. Só ficou essa impressão de um pequeno alguém se inserindo num mundo linguístico muito mais amplo e vasto.Quando ele acabou de falar e já ia voltando para o sofá para continuar assistindo alguém na tv (sobre quem omitirei maiores detalhes para evitar problemas com o pessoal infanto-pêda-palavra-cantada- sócio-semiótico-conselho-tutelar) junto com os irmãos, eu o chamei de volta e disse: "Nico, vem aqui dar um abraço no papai!". Ele fez aquela carinha e me deu um abraço. Senti as mãozinhas dele me apertando as costas, apertando e relaxando e apertando e relaxando, como numa mímica de um pulsar de coração. É criaturinhas, realmente não tem preço! Disse para ele: "Você sabe que você é meu filhão?" E vi a cabeça dele dizer que sim. Ficamos mais alguns segundos naquele momento credicard,exclusivo, único, de construção do sujeito e da magia intransferível da relação pai-filho. Daí, ele desceu do meu colo e gritou para a irmã: "Sofia! vai lá que agora é a sua vez!!!"

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