17.6.08

De repente, a Felicidade pode vir na Segunda!

Depois de um final de semana extendido pelo feriado, desacelerado por gripes, tosses e uma ligeira queda de temperatura, aí vem a segunda! A Claudia tem lá suas 11 aulas no dia, as crianças demoram mais para engatar uma primeira e ir para a escola e eu tenho que voltar a caminhar no parque e pensar no que vou fazer de almoço. Ou seja, tudo caminha para ser a velha segundona de sempre.
Não tem nada pior do que um feriado prolongado que acaba. Todas aquelas micro-felicidades que ficaram para trás, todo filme de dvd, dormida no sofá no caldeirão do huck, passeio leve no super para comprar chocolate belga barato. Visita na casa da avó que faz pão de queijo. Todo cinema que prometemos para os filhos e não fomos.
Minha mente começa a contar quantos dias faltam para o próximo. Não que a minha segunda seja muito diferente de um feriado, tudo é apenas uma questão psicológica e virtual. O que volta a acontecer é que as crianças vão para a escola e eu tenho que aproveitar para fazer um monte de atividades que não consigo fazer com eles por perto. E acabo não fazendo quase nada, nem com eles, nem sem eles. A Claudia fica longe, depois eles ficam perto (demais) e querem assistência técnica especializada o tempo todo.
E, na segunda, todo mundo volta a almoçar correndo porque tem que voltar para as aulas, para a lição, para a ilustração que tenho que entregar ontem e ainda dar uma geral na casa e na cozinha.
De repente, na hora do almoço, chega a Claudia. Pega o telefone e liga para a escola dela. Algo começa a riscar meu crânio, por dentro, até a primeira fagulha de esperança acender meu cérebro. Ela avisa a escola que vai abonar porque está sem voz para dar aulas. A primeira coisa que penso é que para se ver algum filme, não se precisa falar nada.
Olhos se cruzam, pensamentos se formam, estratégias se solificam em segundos. Confiro a programação e tem uma sessão daqui extamente uma hora. Dá tempo deles fazerem a lição com o excepcional auxílio luxuoso do pai e da mãe (at same time).
A segunda começa a se transformar. É como se fosse o mesmo dia ainda, mas agora sob nova direção e com um pouquinho de gloss nos lábios. Tudo corre bem, a lição está terminando, ninguém teve surto (nem os pais, nem os filhos).
Saímos todos à pé para o filme. Compramos aquele combo escandalosamente caro de pipocas e coca-cola e entramos. Nosso herói está lá, passados mais de 15 anos e ele ainda está lá com seu chapéu e chicote. Ele está mais velho mas, se fosse só ele, ainda a gente dava um jeito. Todos nós envelhecemos. A última vez que o vi em ação nos cinemas eu nem tinha minha própria família ainda. Mas ele continua lá, a magia continua lá também. Quando o tema da série toca pela primeira vez, temos certeza que tudo mudou, mas que continua a mesma coisa, na sua essência.
Meus filhos torcem, riem, sofrem e comem pipoca com coca-cola. Eu e a Claudia, que somos mais tontos, até choramos no final. Indiana apresentando seu mundo ao seu filho. Eu, apresentando meu herói, aos meus. Pai e filhos, lá e cá. Disfarçando as lágrimas, eu chego à conclusão que esse é o verdadeiro amor incondicional: o amor paternal. Afinal, que outro tipo de amor poderia me fazer escutar Harrison Ford dublado na telona do cinema?

2 comentários:

ADRIANO FACIOLI disse...

o fundo ta muito escuro, nao da pra ler... nao ha contraste entre fundo e letra...

CDicas disse...

espera um pouquinho que a pagina carrega inteira e dai vem um fundo claro sob as letras